Nem 100 mil mortos mudarão o apartheid urbano brasileiro?

Nem 100 mil mortos mudarão o apartheid urbano brasileiro?

A marca da urbanização brasileira é a invisibilidade da pobreza. Nossa sociedade é de tal forma segregadora que ao produzir cidades cindidas entre poucos ricos e muitos pobres, torna estes últimos invisíveis aos primeiros. Será que cem mil mortos, que é para onde rumamos, não serão suficientes para promover a radical mudança que, como está hoje escancarado, nossa sociedade doente tanto precisa? Minha esperança é que sejam os jovens, o mais rapidamente possível, a dar um chega pra lá nos que, do alto do seu poder, insistem em manter o país na barbárie.

Foto: Rua Sta. Efigênia, SP. Foto do autor

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A arriscada e mesquinha estratégia da morte

A arriscada e mesquinha estratégia da morte

Os Bolsonaro são fruto da politicagem brasileira mais rasteira, aquela que há décadas elege políticos sem nenhum compromisso com algum ideal outro que o de ganhar vantagens pessoais. Clientelismo, nepotismo, aliança com bandidagem, vale tudo. São especialistas em tirar vantagens de tudo sem fazer nada, são aquele baixo clero de que tento se fala. Agora, fizeram um pacto com a morte.

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Não é culpa da chuva é assassinato, mesmo !

Não é culpa da chuva é assassinato, mesmo !

Com um pouco de atraso, publico o texto-desabafo do amigo Dito, liderança respeitada e histórica dos movimentos de moradia, advogado e doutorando, sobre o descaso da sociedade (ou melhor, das classes altas), com tantas mortes - de gente pobre, negra, segregada - e a “culpa” que sempre é dada “a “falta de sorte”, à “natureza”, à “fatalidade”.Não é nada disso: é descaso mesmo, falta de gestão pública que se importe de fato com a população - toda ela.

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Golpismo barato não combina com lucro

A redemocratização brasileira passa por um momento delicado: quando os habitués da republica das bananas que o país já foi começam a exagerar na balbúrdia e no golpismo, a tal ponto de gerar instabilidade econômica e política a níveis mais preocupantes. Até mesmo para o capital.

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Minha caminhada com o mestre Plínio, por Chico Whitaker

Minha caminhada com o mestre Plínio, por Chico Whitaker

No dia em que o Brasil perdeu a Copa, ele também havia perdido, na madrugada, uma das suas maiores figuras públicas. O que nos mostra o quanto o futebol, no fundo, tem importância bem relativa. Morria na noite de 8 para 9 de julho Plínio de Arruda Sampaio, certamente um dos mais íntegros, honrados e justos políticos que o país já teve. De uma inteligência fenomenal. Deputado cassado pelos militares, depois constituinte, candidato a governador pelo PT, candidato do PSOL à presidência, eterno batalhador pela reforma agrária, Plínio lutou toda a vida pela causa dos injustiçados deste país, e sempre manteve coerência entre discurso e prática política. Foi com ele e por ele que me iniciei na política, ainda no começo dos anos 80. Aos que achavam que ele, no fim da vida, deu uma guinada à esquerda, desconfio ser mais justo dizer que o Plínio sempre se manteve onde esteve, o resto é que foi cada vez mais para a direita. Para mim, o Plínio sempre foi "tio Plínio", pela amizade fraterna de mais de 60 anos que tinha com meu pai, e que unia e une para sempre nossas famílias. Por isso, nada mais justo, para homenageá-lo neste blog, do que dar a palavra ao meu pai, Chico Whitaker, que escreveu um belo relato sobre o querido Plínio. Um texto que também se constitui em um retrato histórico de um rico e recente período da nossa história, que o Plínio ajudou a construir.

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Em que pé ficamos?

E agora, passada uma semana ou mais das primeiras manifestações, para onde vamos? O fenômeno ganhou amplitude, e tornou-se uma questão política, envolvendo políticos. Não é mais uma discussão técnica sobre transporte, é uma análise do comportamento dos políticos e seus partidos, da presidente, da mídia. Peço desculpas pela postagem bastante longa. A faço em resposta a muitas solicitações para que apresentasse uma análise das "manifestações de junho", que espero continuarão para além disso. Agradeço o número impressionante de leituras que este blog alcançou. O tamanho da análise, no fundo, é diretamente proporcional à riqueza do que o país está passando neste momento.

 

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