No dia em que o Brasil perdeu a Copa, ele também havia perdido, na madrugada, uma das suas maiores figuras públicas. O que nos mostra o quanto o futebol, no fundo, tem importância bem relativa. Morria na noite de 8 para 9 de julho Plínio de Arruda Sampaio, certamente um dos mais íntegros, honrados e justos políticos que o país já teve. De uma inteligência fenomenal. Deputado cassado pelos militares, depois constituinte, candidato a governador pelo PT, candidato do PSOL à presidência, eterno batalhador pela reforma agrária, Plínio lutou toda a vida pela causa dos injustiçados deste país, e sempre manteve coerência entre discurso e prática política. Foi com ele e por ele que me iniciei na política, ainda no começo dos anos 80. Aos que achavam que ele, no fim da vida, deu uma guinada à esquerda, desconfio ser mais justo dizer que o Plínio sempre se manteve onde esteve, o resto é que foi cada vez mais para a direita. Para mim, o Plínio sempre foi "tio Plínio", pela amizade fraterna de mais de 60 anos que tinha com meu pai, e que unia e une para sempre nossas famílias. Por isso, nada mais justo, para homenageá-lo neste blog, do que dar a palavra ao meu pai, Chico Whitaker, que escreveu um belo relato sobre o querido Plínio. Um texto que também se constitui em um retrato histórico de um rico e recente período da nossa história, que o Plínio ajudou a construir.
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